Organização Social pagou churrascaria de luxo e jantares em boate com dinheiro da Saúde
Almoço
de mais de R$ 1 mil e jantares dentro de uma boate na Lagoa, na Zona
Sul do Rio, foram pagos com dinheiro da Secretaria municipal de Saúde
(SMS) pela Organização Social (OS) Centro de Estudos e Pesquisas Dr.
João Amorim (Cejam). A informação é revelada em um relatório do Tribunal
de Contas do Município, a que o EXTRA teve acesso com exclusividade, de
auditoria nas contas da OS, entre abril de 2012 e março de 2014, na
gestão do Hospital Evandro Freire, na Ilha do Governador, da Coordenação
de Emergência Regional (CER) Ilha e da CER Centro. Mesmo assim, a SMS
renovou parte do contrato com a OS.
As irregularidades
apontadas pela auditoria chegam a quase R$ 9 milhões. Só de despesas
consideradas “sem vinculação ao objeto de contrato de gestão”, como
passagens aéreas, táxis e alimentação, a conta é de R$ 1,3 milhão.
Segundo o relatório, em maio de 2012, foi realizado um almoço na
churrascaria de luxo Fogo de Chão, em Botafogo, na Zona Sul, que custou
R$ 1.713,25 aos cofres públicos. Em agosto do mesmo ano, a OS pagou uma
série de jantares na boate Katmandu Sushi, na Lagoa. Eles custaram R$
1.175, também pagos pela SMS. O TCM classificou as despesas no relatório
como “extravagantes”.
Ao EXTRA, o tribunal informou que a Cejam
alegou não ter encontrado médicos para contratar no Rio. Por isso,
precisou trazê-los de São Paulo e pagar todas as contas de implantação
da equipe.
A SMS informou que as despesas com táxi, bilhetes
aéreos e refeição na Fogo de Chão já foram definidas pela Comissão
Técnica de Avaliação como indevidas. “E a Cejam deve devolver os
valores, como acordado com a OS”. Mas esses são só parte da quantia de
R$ 1,3 milhão que o TCM considera sem relação com o contrato. A
secretaria informou que o restante ainda está em avaliação.
Em
setembro, a Cejam renovou o contrato da gestão com as unidades da Ilha.
Já a CER Centro foi para o Gnosis. A Cejam foi procurada, mas não
respondeu à reportagem.
Ontem, o EXTRA mostrou que auditorias do
TCM feitas em 12 contratos de noves OSs apontam irregularidades na casa
de R$ 80 milhões. Os pedidos de auditoria foram feitos pelo vereador
Paulo Pinheiro (Psol).
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