Lewandowski suspende temporariamente pagamento de 'bolsa pescador'
por Gustavo Aguiar | Estadão Conteúdo
Foto: André Gomes de Melo/ GERJ
O ministro presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo
Lewandowski, decidiu nesta quinta-feira (7) suspender em caráter liminar
o pagamento da "bolsa pescador" em 2016. Se a decisão for mantida, o
governo poderá economizar R$ 1,6 bilhão, destinados ao pagamento do
benefício. O caso, que está sob a relatoria do ministro Luís Roberto
Barroso, ainda precisará ser reavaliado pelo plenário do Supremo, o que
deve acontecer somente depois de 1º de fevereiro, quando termina o
recesso do Judiciário. Plantonista no STF durante o recesso para julgar
apenas questões urgentes, Lewandowski considerou que a demora para
julgar o assunto poderia causar prejuízo aos cofres públicos. O ministro
avaliou que o Executivo deve revisar os períodos de defeso - quando a
pesca artesanal é proibida por causa da temporada de reprodução dos
peixes - e o cadastro de pescadores atendidos pela bolsa antes de
retomar o repasse do benefício, que deveria começar a ser pago na
próxima segunda (11). O benefício tem o valor de um salário mínimo
mensal e é pago enquanto durar a período, até o limite de 5 meses. Até
segunda análise, o recurso deixará de ser pago a 487.843 pescadores, que
estão, no entanto, liberados para pescar. A medida do ministro suspende
um decreto do Congresso Nacional que anulou em novembro os efeitos de
uma portaria do Executivo editada em outubro. A portaria revogou por 120
dias o defeso. Como consequência, o seguro pago aos pescadores durante a
temporada também deixa de ser pago. Nesta quinta, a presidente Dilma
Rousseff protocolou no Supremo uma ação questionando a
constitucionalidade do decreto do Congresso por considerar que ele viola
a independência entre os poderes Executivo e Legislativo. "Não há mais
evidências suficientes de que os defesos regulados nos 10 atos suspensos
sejam necessários à preservação das espécies", diz o documento
protocolado no Supremo.
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