Rui Costa pode deixar o PT e teria PSD como destino
por Ricardo Luzbel / Fernando Duarte
Foto: Montagem/ Bahia Notícias
Tentando manter certa distância do PT, acossado por
denúncias investigadas pela Operação Lava Jato, o governador Rui Costa
estaria avaliando, segundo informações de bastidores, deixar o partido e
migrar para uma legenda com posicionamento mais ao centro. Nos últimos
dias, ganhou força a tese de que Rui estaria mantendo conversas próximos
com o senador Otto Alencar para uma eventual migração para o PSD,
legenda presidida pelo ex-carlista. Apesar de defender a presidente
Dilma Rousseff (PT) e tentar fazer coro com o argumento do golpe, o
governador baiano evitou levantar a bandeira petista ferrenhamente como
no processo eleitoral de 2014 – a onda vermelha que elegeu e reelegeu
Jaques Wagner teve uma reedição naquele ano e, além de eleger Rui em
primeiro turno, deu ampla margem à Dilma na disputa com Aécio Neves
(PSDB) na Bahia. O tom mais incisivo em público favorável a presidente
aconteceu pouco depois da admissibilidade do impeachment na Câmara dos
Deputados com a presença de Dilma em inauguração de unidades
habitacionais do Minha Casa Minha Vida em Salvador. Desde então, o
discurso arrefeceu. Outro sinal do distanciamento foi o convite ao
ex-petista Walter Pinheiro para comandar a Secretaria de Educação,
anteriormente ocupada por um militante histórico do partido, Osvaldo
Barreto. Apesar dos indícios, nem o próprio governador, nem
interlocutores ligados a ele confirmam a análise de uma saída de Rui do
PT – idem para a aproximação com o PSD. A questão é que, longe do
Palácio do Planalto com o iminente impeachment de Dilma, ou Rui se
aproxima de uma sigla mais próxima do PMDB e que, inclusive, pode
continuar no comando do Ministério das Cidades, com Gilberto Kassab, ou
governar em tempos de torneiras fechadas fica ainda mais complicado.
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