Desempenho econômico do Brasil só supera o da Rússia e da Ucrânia
por Mariana Sallowicz | Estadão Conteúdo
Foto: Marcos Santos/USP Imagens
A queda de 2,6% do PIB no segundo trimestre em relação a igual
período de 2014 deixou o Brasil no 33º lugar em um ranking de 35 países,
elaborado pela Austin Rating. A agência de classificação de risco lista
as economias pela variação do PIB em ordem crescente. Pelo segundo
trimestre consecutivo, o Brasil só superou as economias da Rússia e da
Ucrânia, que amargaram retração de 4,6% e 14,7%, respectivamente, na
mesma base de comparação. Os dois países na lanterna do ranking sofrem
com a queda do preço do petróleo e com os efeitos do conflito
territorial decorrente da anexação da Crimeia pela Rússia - retaliada
com sanções econômicas pela União Europeia e os Estados Unidos. Todos os
demais países do ranking cresceram na mesma base de comparação, com
destaque para China (7%), Filipinas (5,6%), Malásia (4,9%), Indonésia
(4,7%) e Estados Unidos (3,7%). A estimativa da Austin Rating é de queda
de 2,1% para o PIB de 2015 e retração em 2016 de 0,3%. Se confirmada, a
previsão de diminuição do PIB brasileiro no biênio 2015-2016 será o
pior desempenho econômico do Brasil em 85 anos. "A perspectiva de um
pior desempenho em 85 anos vem se materializando a cada mês, a cada
indicador. Esse resultado vem de uma ineficiência doméstica, ou seja,
problema de gestão interna do país. As principais economias do mundo
estão crescendo, exceto Ucrânia e Rússia, que estão em guerra. O Brasil
não deveria ser comparado a eles", disse o economista-chefe da
instituição, Alex Agostini. De acordo com a Austin Rating, a última vez
que o Brasil registrou uma queda do PIB por dois anos consecutivos foi
em 1930 (-2,1%) e 1931 (-3,3%).
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