Relembre suspeitos de estelionato que usaram a beleza para atrair vítimas
A
prisão da modelo Bruna Cristine Menezes de Castro, de 25 anos, acusada
de estelionato, gerou grande repercussão nas últimas semanas. Segundo o
delegado Eduardo Prado, da Delegacia Estadual de Defesa do Consumidor
(DECON) de Goiás, a modelo usava a beleza para atrair as vítimas, além
de ser muito articulada. O modus operandi era sempre o mesmo — Bruna
criava perfis em redes sociais onde, supostamente, vendia celulares e
maquiagem. No fim das contas, os produtos adquiridos nunca eram
entregues aos clientes. Porém, a modelo não foi a primeira acusada de
usar atributos físicos para atrair vítimas. A seguir, relembre outros
casos de estelionato praticado por homens e mulheres sedutores.
Ana Paula Gabardo, a “madame do estelionato”
A
paranaense Ana Paula de Souza Gabardo, de 32 anos, ostentava uma vida
de luxo. O objetivo, segundo a polícia, era transparecer riqueza e
sucesso para atrair suas vítimas. Uma das suas modalidades criminosas
era abrir contas bancárias com documentação falsa, em nome de terceiros,
para conseguir empréstimos e cartões de crédito. Com isso, sustentava a
vida de visitas a salões de beleza badalados e compras em lojas de
grifes famosas.
Segundo
a Polícia Civil, a suspeita e seu marido chegaram a aplicar um golpe de
mais de R$ 57 mil em um casal por fraude bancária. Ana Paula também era
investigada por ter aplicado um outro golpe, de R$ 47 mil, numa famosa
loja de grife de Curitiba.
Em maio deste ano, a suspeita foi presa
por policiais da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (DEDC).
Segundo o delegado Wallace de Oliveira Brito, responsável pelo caso, a
polícia apreendeu cheques e cartões de crédito em nome de terceiros com a
suspeita. Ana Paula responde pelos crimes de estelionato, falsificação
de documento particular, furto qualificado e associação criminosa.
Danyelle Karoline Moreira
Assim
como Bruna, Danyelle Karoline, de 25 anos, é acusada de dar golpes
usando o Instagram. Segundo o delegado José Carlos Damian, da 2ª DP de
Cuiabá, no Mato Grosso, a jovem cria perfis nas redes sociais para
vender produtos e serviços — de celulares até docinhos de festa —, mas o
produto adquirido nunca é entregue aos clientes. Danyelle já deu calote
até mesmo num salão de beleza, segundo o delegado.
—
Como não tem endereço fixo, é difícil localizá-la. Mas estamos
realizando buscas, e ela será indiciada por estelionato — afirmou,
destacando que cerca de seis vítimas já prestaram queixa contra Danyelle
em Cuiabá.
Uma página do Facebook, criada em novembro de 2014,
denuncia os golpes de Danyelle. Uma suposta vítima da jovem relatou que
vendeu uma impressora para ela, mas não recebeu o pagamento.
Fabiana Sporh Godk
Fabiana,
de 28 anos, foi presa em novembro de 2014 acusada de ter roubado óculos
de uma loja em Curitiba, no Paraná, no valor de, apoximadamente, R$
800. Porém, a mulher já tinha um histórico de crimes conhecido pela
polícia. Em 2009, foi presa após não pagar por equipamentos automotivos
instalados em seu carro. Na ocasião, foi levada para o 2° DP de
Curitiba, onde os policiais constataram que Fabiana tinha duas passagens
pela polícia. Em 2013, a suspeita furtou um carro de uma concessionária
da capital após pedir para fazer um test drive.
A
jovem foi presa na cidade de São João do Ivaí, no interior do Paraná,
pela Polícia Civil de Apucarana. Segundo a polícia, quando questionada
sobre o roubo dos óculos, Fabiana alegou que cometeu o crime de
estelionato, e não roubo, pois não teria agredido a vendedora. A
suspeita foi indiciada pelo crime de roubo, com pena de quatro a dez
anos de prisão. Fabiana responde em liberdade pelo furto do veículo da
concessionária e já havia sido condenada a quatro anos e oito meses de
prisão pelos crimes de estelionato e porte ilegal de arma de fogo.
Laércio Castro, o “galã do Instagram”
Laércio
foi preso em abril deste ano, acusado de roubo, em Manaus. O modo de
agir era sempre o mesmo — conhecia as vítimas por meio de redes sociais
e, a partir daí, começava a frequentar os lugares onde costumavam ir.
Após ganhar a confiança delas, marcava um encontro a dois. Porém, no
meio do flerte, o tio de Laércio, Ronaldo Alves Duarte, de 38 anos,
aparecia e roubava o casal. As vitimas, é claro, não suspeitavam do
esquema.
Quem localizou o suspeito foi a equipe de investigação do
1° Distrito Integrado de Polícia (DIP), com apoio da 1ª Seccional Zona
Sul, sob coordenação do delegado-titular, Rodrigo de Sá. Na época, o
delegado alertou a população sobre os cuidados que devem ser tomados em
redes sociais.
“Nesses
sites, nós não temos como saber com quem estamos falando realmente.
Sugerimos aos usuários que não exponham informações pessoais,
principalmente relacionadas à situação amorosa, pois podem acabar caindo
nas mãos de pessoas como Laércio, que se aproveitam da fragilidade
humana para obter vantagens financeiras”, explicou o delegado,
destacando, na época, que Laércio respondia a oito processos por roubo
majorado.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária do
Amazonas, Laércio foi autorizado pela Justiça a utilizar tornozeleira
eletrônica e não está mais preso.
Leandro Lentz, o “galã do Facebook”
O
catarinense Leandro Lentz Bittencourt, de 33 anos, foi preso em Manaus
em fevereiro de 2013 acusado de estelionato. Segundo a Polícia Civil, o
suspeito conquistava as suas vítimas — geralmente mulheres bem-sucedidas
e independentes — por meio de redes sociais e salas de bate-papo na
internet, e as usava para obter dinheiro, bens e empréstimos. Depois de
atingir o objetivo, Leandro desaparecia.
A
prisão foi realizada por policiais da Delegacia Especializada em
Capturas e Polinter (DECP), dentro de um hotel de Manaus. Durante a
passagem pela capital do Amazonas, segundo a polícia, o suspeito se
hospedou em, ao menos, cinco hoteis da cidade, e não teria realizado o
pagamento das diárias. Segundo a polícia, em Manaus, foi registrada uma
ocorrência contra Leandro por ter conquistado e enganado uma vítima.
Na
época, segundo a Polícia Civil, Leandro tinha três mandados de prisão
em aberto pelos crimes de estelionato e porte ilegal de arma de fogo por
uso restrito registrados nas cidades de Santa Catarina e São Paulo.
A Secretaria de Administração Penitenciária informou que Leandro está foragido do sistema prisional desde 13 de junho de 2013.
Rodrigo José Luiz
Rodrigo
foi preso pela primeira vez em 2008, no Paraná, acusado de usar o Orkut
para furtar residências. Segundo a Polícia Civil, o suspeito — na
época, com 22 anos — se aproximava de homens e mulheres pela rede social
fingindo que era policial civil ou militar e até mesmo socorrista do
SAMU. Depois, arranjava uma forma de ser convidado para a residência
deles, onde realizava pequenos furtos. O jovem agia numa lan house de
Curitiba. Na época, a polícia informou que havia vários boletins de
ocorrência contra o acusado, a maioria registrada por mulheres, e
Rodrigo foi indiciado por furto.
Em
agosto de 2014, policiais militares prenderam Rodrigo novamente por
conta de dois mandados de prisão em aberto. Seis anos depois, o modo de
atuação continuava o mesmo. O delegado Marcelo Magalhães, da Delegacia
de Furtos e Roubos (DFR) de Curitiba, informou que Rodrigo seria
indiciado por furto qualificado.
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