PGR pede que Cunha devolva R$ 277 milhões; condenações podem chegar a 184 anos de prisão
Foto: Fellipe Sampaio/ SCO/ STF
Na denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta
quinta-feira (20), a Procuradoria-Geral da União (PGR) pediu a
condenação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB),
pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. No documento, o
procurador-geral Rodrigo Janot pede que o parlamentar devolva aos cofres
públicos US$ 80 milhões – US$ 40 milhões como restituição de valores
supostamente desviados e outros US$ 40 milhões como reparação por danos.
Pela cotação atual, a PGR estima que o valor chegue a R$ 277,36
milhões. Segundo o G1, as investigações identificaram 60 operações de
lavagem de dinheiro que incluem remessas ao exterior, entrega de
dinheiro e até transferências para uma igreja vinculada a Cunha. Caso
ele seja condenado por todos os casos, segundo a matéria, ele poderia
pegar até 184 anos de prisão. Na denúncia, a Procuradoria descreve que o
delator Júlio Camargo chegou a procurar o então ministro de Minas e
Energia, Edison Lobão (PMDB), para reclamar da pressão que o parlamentar
teria feito para receber a propina. Sem sucesso, Camargo teria
conversado com Fernando Baiano – apontado como braço direito do PMDB no
esquema de corrupção – e até com um dos chefes do esquema, o doleiro
Alberto Youssef, para solicitar o fim da entrega da propina, mas ambos
disseram que o jeito seria voltar a realizar os pagamentos. Procurada, a
defesa de Cunha disse que ainda não teve conhecimento do teor da
denúncia. “Quando tivermos acesso, vamos preparar a defesa. Mas não
podemos adiantar nada, porque não sabemos nada ainda. Vamos aguardar
para ver no que consistiu a denúncia, vamos examinar antes”, declarou.
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