Caso de sul-coreano que não envelhece deixa ciência intrigada
Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal
O jovem sul-coreano Hyomgung Shin intriga a ciência. Ele tem 26
anos, mas sua aparência é de um pré-adolescente de, no máximo, 10, e seu
caso não tem precedentes na bibliografia médica. O homem com cara de
menino ganhou fama na Coreia do Sul após aparecer em um programa de TV
local e, agora, é conhecido no mundo inteiro após vídeos seus no Youtube
se tornarem virais. De acordo com reportagem da BBC Brasil, a imprensa
coreana divulgou que Shin é portador de uma rara síndrome, chamada
Highlander. Nascido em 5 de janeiro, Hyomyung conta que percebeu que
havia parado de envelhecer somente aos 18 anos. “Uma vez fui a um
reencontro de colegas da escola e todos meus amigos já estavam
crescidos. Eu era a exceção”, diz em entrevista à BBC Brasil. Os médicos
que cuidam do coreano garantem que ele é saudável. Ele, no entanto,
nunca passou por um exame mais completo para saber as causas do lento
envelhecimento. Com 1,63 m e jeito de quem não passou pela puberdade,
Hyomyung diz levar uma vida normal, inclusive no trabalho, em um
escritório de consultoria técnica - onde diz nunca ter tido problemas
para ser respeitado. Ele também é DJ nos fins de semana. Shin ainda é
obrigado a sempre andar com a carteira de identidade em mãos,
principalmente para entrar nas boates onde trabalha e frequenta e para
comprar bebida alcoólica. No entanto, para ele, ter a aparência de um
pré-púbere tem lá suas vantagens. “Uma vantagem de ter cara de menino é
que quando vou para o interior e entro nas lojas ou restaurantes os mais
idosos ficam me chamando de fofo, me dão desconto e, às vezes, até
consigo coisas de graça”, conta. Segundo Hyomyung, sua síndrome parece
ser coisa de família. “A minha irmã mais velha também parece bem mais
nova do que sua idade real. Ela tem 31 anos e aparenta ser uma estudante
do Ensino Médio, eu diria”, revela. Apesar de a informação de que o
sul-coreano seria portador da síndrome Highlander ter sido compartilhada
por jornais do mundo inteiro, o professor Moisés E. Bauer, coordenador
do Instituto de Pesquisas Biomédicas da Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul (PUC-RS) atenta para o fato de não haver
precedentes como o do coreano na bibliografia médica. “Devemos evitar a
divulgação de 'possíveis achados que poderiam ser chaves para encontrar a
cura para parar o envelhecimento'. O envelhecimento não é uma doença,
todas as espécies envelhecem, embora em taxas diferentes, e precisamos
disso para o correto desenvolvimento”, explicou à BBC Brasil o
pesquisador, que coordena o Laboratório de Imunologia do Envelhecimento.
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