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Justiça britânica condena família de Maluf a devolver US$ 23 milhões aos cofres públicos de SP




SÃO PAULO - A Justiça britânica condenou nesta segunda-feira a família do ex-prefeito Paulo Maluf a devolver cerca de US$ 23 milhões (aproximadamente R$ 80 milhões) aos cofres públicos municipais de São Paulo. O montante faz parte do dinheiro depositado na Ilha de Jersey nas contas das empresas offshores Durant International Corporation e Kildare Finance Limited, ambas sob controle da família de Maluf. Segundo promotores do Ministério Público (MP) de São Paulo, o dinheiro foi desviado de obras públicas durante a gestão Maluf frente ao governo municipal (1993-1996). A sentença é definitiva, segundo disse o promotor Silvio Marques, que chefiou a investigação aqui no Brasil, à reportagem da TV Globo.
A família do ex-prefeito já havia sido condenada, em 2012, a devolver US$ 33 milhões à Prefeitura paulistana pela Justiça da ilha britânica, mas recorreu da sentença. Do montante, US$ 10 milhões já haviam sido devolvidos pela família do deputado federal entre 2012 e 2013.
Em 2007, a Prefeitura de São Paulo entrou com uma ação na Justiça para recuperar a fortuna desviada das obras da Avenida Água Espraiada, atual Avenida Jornalista Roberto Marinho, na Zona Sul da cidade. A rota do desvio de recursos envolvia empresas brasileiras responsáveis pela construção de obras contratadas pela Prefeitura paulistana, contas em Nova York e pagamento final no Deutsche Bank de Jersey.
Em Londres, a Justiça inglesa concluiu nesta terça-feira que a conexão necessária entre os subornos e os recibos enviados pelo Ministério Público de São Paulo foi comprovada.
Se a família de Maluf não pagar a dívida, a Prefeitura de São Paulo poderá receber ações no mesmo valor da Eucatex, que também pertence à família Maluf e está com as contas bloqueadas.
A assessoria de imprensa de Paulo Maluf disse à TV Globo que o nome do deputado não consta no processo e que ele não possui dinheiro no exterior.



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