Justiça pode barrar parte das transferências de presos em operação do Bope
O
secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, disse
nesta terça-feira que vai pedir à Justiça a transferência dos seis
criminosos presos pelo Bope para unidades federais. A Vara de Execuções
Penais (VEP), no entanto, não deve autorizar a ida de todos os
capturados para fora do Estado do Rio. O pedido do secretário ainda não
foi formalizado. Após a solicitação, cada caso será analisado um a um.
Os
presos foram levados ontem para o presídio de Bangu 1, unidade de
segurança máxima localizada no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do
Rio, no início da noite desta terça. Aqueles que não forem para presídio
federal continuarão na penitenciária do Rio que possui o regime mais
rigoroso. Foram capturados pelo Bope Ricardo Chaves de Castro Lima, o Fu
da Mineira, e Robson Aguiar de Oliveira, o Binho do Engenho, apontados
como chefes do tráfico no Complexo do Chapadão, na Pavuna, Zona Norte do
Rio. Foram presos também Cláudio José de Sousa, o Claudinho da Mineira,
primo de Fu, César Augusto Alta de Araújo, o PQD, Robson Aguiar de
Oliveira, Eduardo Luís Paixão, o Duda 2D, e Rafael Silva Gomes, o
Guerreiro. Eles estavam numa casa perto do Chapadão.
Ontem,
o juiz titular da VEP, Eduardo Perez Oberg, determinou que Fu e
Claudinho da Mineira, além de Binho do Engenho, regridam cautelarmente
para o regime fechado. O magistrado também determinou a retirada de
qualquer benefício que os presos ainda possuam.
Fu e Claudinho
ficaram seis anos e meio em presídios federais. Como o EXTRA noticiou
com exclusividade em agosto de 2013, eles fugiram após conseguirem
benefícios na Justiça Federal. Em 2007, os criminosos foram transferidos
para Catanduvas, no Paraná, junto com outros dez criminosos, acusados
de terem ordenado ataques a delegacias e ônibus no Rio. Em maio de 2013,
os dois conseguiram transferência para uma unidade prisional estadual
em Porto Velho, Rondônia, onde passaram a cumprir pena no regime
semiaberto.
Três
meses depois, em agosto, Fu e Claudinho deixaram o presídio para
visitar a família e nunca mais retornaram. Os traficantes conseguiram o
benefício, concedido pela Justiça Federal de Rondônia, mesmo com altas
penas ainda a serem cumpridas.
De volta ao Rio, em agosto de 2013,
os criminosos se refugiaram no Complexo do Lins, onde passaram a ocupar
posição de liderança. Com a pacificação da região, em outubro do mesmo
ano, migraram para o Chapadão, onde ficaram até serem capturados.
Binho
do Engenho também estava foragido de uma unidade prisional desde
fevereiro de 2012. Ele escapou do Instituto Penal Vicente Piragibe, no
Complexo de Gericinó, pela tubulação de esgoto, com outros 30 presos. No
mesmo dia da fuga, quatro deles foram recapturados. Binho chegou ao
Chapadão no início de 2013, passando a comandar o tráfico no complexo.
Com a chegada de Fu, o poder foi dividido. O traficante também era chefe
da venda de drogas no Morro do Engenho.
Os bandidos foram
capturados na manhã desta terça-feira numa casa alugada, na Pavuna,
próximo ao Complexo do Chapadão. Policiais do Batalhão de Operações
Especiais (Bope) receberam a denúncia de que eles dormiam no imóvel às
segundas, terças e quartas-feiras. Nesta manhã, o secretário de
Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou que vai pedir a
transferência para presídios federais dos seis traficantes.
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