'A estrutura da Petrobras era do PT', diz José Carlos Bumlai
Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil
Entre tantas revelações que fez durante seu interrogatório na
Polícia Federal na segunda-feira (14) uma em especial do pecuarista José
Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, chamou a atenção dos
investigadores. Ele afirmou que "a estrutura da Petrobras era do Partido
dos Trabalhadores". O delegado Filipe Hille Pace, da PF, insistiu para
que Bumlai explicasse melhor sua afirmação. Ele disse. "Sabia que o
partido indicava grande parte dos nomes para ocupação de cargos
essenciais." A Operação Lava Jato, até aqui, trabalhava com informações
de que a influência do PT na Petrobras teria ficado restrita à Diretoria
de Serviços - com a nomeação do engenheiro Renato Duque, suposta
indicação do ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu (Casa
Civil/Governo Lula), ambos capturados por suspeita de corrupção e
lavagem de dinheiro. Outras unidades estratégicas da estatal, durante o
reinado da corrupção e dos desvios (2004/2014), foram administradas por
outras agremiações políticas - PP dominou a Diretoria de Abastecimento e
o PMDB controlou a Internacional, aponta a Lava Jato. A Operação Passe
Livre, desdobramento da Lava Jato, foi deflagrada em 24 de novembro e
colocou na cadeia o amigo de Lula. Amigo de churrascos e boa prosa
durante longos anos. Num primeiro depoimento, na sexta-feira, 11, José
Carlos Bumlai negou tudo. Disse que os R$ 12 milhões que tomou
emprestado no Banco Schahin, em outubro de 2004, cobriram dívidas suas.
Negou taxativamente que o dinheiro tivesse sido repassado para o PT. Na
segunda-feira mudou a versão. Abriu o jogo. Disse que o real
destinatário dos R$ 12 milhões era mesmo o PT. Incluiu em seu relato o
poder do PT na Petrobras entregue ao esquema de cartel e propinas.
Acrescentou que "sabia que havia indicação por parte de outros partidos
da base governista."
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