Operação do STF sacode o País
por Samuel Celestino
Por ordem do Supremo Tribunal Federal e não da Operação Lava
Jato, a Polícia Federal fez o que lhe competia e que de certo modo já
era esperado, mais cedo ou mais tarde. Como se sabe, o PMDB não chega a
ser um partido sério, embora inúmeros integrantes da legenda o sejam,
mas dentre eles não está o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acusado
por corrupção e lavagem de dinheiro, que está entre os alvos mais
visíveis da operação de busca e apreensão na sua casa do Rio de Janeiro.
Em sequência, anota-se o ministro do Turismo, Henrique, Eduardo Alves, o
de Ciência e Tecnologia, Celso Pensera, o ex-ministro e senador, Edson
Lobão, o deputado Aníbal Gomes, e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio
Machado, todos alcançados na manhã de hoje. Além, do que chama atenção a
busca e apreensão na Câmara dos Deputados, perfazendo ao todo nada
mais, nada menos do que 53 mandados, incluindo o PMDB de Alagoas, terra
do presidente do Senado, Renan Calheiros, e governada pelo seu filho que
não está no rol dos incluídos. Até o telefone celular de Eduardo Cunha
foi apreendido. Já o ministro Celso Pansera faz parte do grupo de Cunha
que, aliás, foi denunciado no STF pelo procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, enquanto Aníbal Gomes responde a quatro processos e é um
possível interlocutor de Calheiros. Esta operação que o STF está à
frente atinge medalhões como poucos, grande parte com mandatos
eleitorais. Brasília é um alvoroço só nesta manhã diante da extensão dos
mandados de busca e apreensão na operação “Catilinárias”, que se
originou na velha Roma a partir da contenda entre o senador Cícero em
ataque à Catilina, presentes no Direito Romano que ante se estudava para
o vestibular de Direito. Os mandados foram expedidos pelo ministro
Teori Zavascki e se espalham por oito estados da federação. Trata-se de
um furacão envolvendo possíveis falcatruas e corrupção à larga que terá
seguramente um impacto generalizado por alcançar políticos da parte de
cima.
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