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Pediatras dão dicas de como proteger as crianças da zika


Cris Lopes, grávida de seis meses, com a filha Sarah, de 1 ano: ela montou uma “operação de guerra” contra o mosquito
Cris Lopes, grávida de seis meses, com a filha Sarah, de 1 ano: ela montou uma “operação de guerra” contra o mosquito Foto: Guilherme Pinto / EXTRA
Alfredo Mergulhão e Ricardo Rigel

Casas equipadas e kit de proteção dentro da bolsa. A rotina de quem tem filho pequeno mudou desde que o zika vírus começou a circular no Rio e foi relacionado a casos de microcefalia e a uma síndrome que causa paralisia. Os pais têm ficado cada vez mais atentos para evitar a picada do mosquito Aedes aegypti.
Na casa da professora Cris Pereira Lopes, de 35 anos, grávida de seis meses e mãe de uma menina de 1 ano, foi montada uma “operação de guerra” contra o mosquito. Além de utilizar repelente de tomada, ela também passou a vestir a filha com roupas que protegem braços e pernas.

— Há duas semanas, tive uma virose e corri para o médico para fazer todos os exames. Graças a Deus, não foi nada de mais. Já estou ciente de que não podemos nos descuidar com essa doença — diz ela.
Paula Elias protege seu filho Thiago dos mosquitos cobrindo as perninhas dele com uma fralda de pano
Paula Elias protege seu filho Thiago dos mosquitos cobrindo as perninhas dele com uma fralda de pano Foto: Guilherme Pinto / EXTRA
A enfermeira Paula Elias, de 31 anos, mãe de Thiago, de 3 meses, recorre a mosquiteiro e a fraldas para proteger seu bebê durante os passeios:
— Peguei zika há um mês e, agora, estou redobrando os cuidados com meu filho. Coloquei um mosquiteiro no berço e, quando vou para a rua, cubro as perninhas dele com uma fralda.
O casal Aline e Fernando Cruz, de 36 e 42 anos, respectivamente, levaram o filho de 2 anos para brincar na Praça Xavier de Brito, na Tijuca, neste domingo. Além de lanche e brinquedos, na bolsa deles havia repelente.
— A gente fica com medo de ele ser picado, mas não podemos deixar de sair. Por isso, passamos o repelente umas duas vezes por dia, nas pernas e nos braços dele — conta Fernando.
Aline passa repelente no filho Thiago, com a ajuda do pai, Fernando Cruz
Aline passa repelente no filho Thiago, com a ajuda do pai, Fernando Cruz Foto: Guilherme Pinto / EXTRA
O engenheiro Eduardo Salomão, de 44 anos, conta os filhos Bernando, de 3 anos, e Caroline, de 6, têm usado calça comprida para evitar picadas de mosquito.
— Desde que comecei a ouvir sobre o zika vírus, passei a mandar meus filhos para a escola com calças compridas. Essa doença é muito séria, e os pais precisam ficar atentos — diz ele.
Eduardo Salomão com os filhos Bernardo e Caroline, na Praça Xavier de Brito, na Tijuca
Eduardo Salomão com os filhos Bernardo e Caroline, na Praça Xavier de Brito, na Tijuca Foto: Guilherme Pinto / EXTRA
Presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, o médico Eduardo Vaz ressalta que o principal cuidado deve ser combater focos do mosquito. Além disso, ele recomenda proteger a criança com roupas, telas nas janelas, mosquiteiro e repelentes:
— Os pais não devem passar repelentes nas mãos, boca, nariz e olhos da criança. Como o mosquito é repelido pelo odor, usar o produto nas outras partes do corpo é suficiente.
O infectologista e pediatra da UFRJ Edimilson Migowski alerta que, apesar de raro, o zika pode evoluir para síndrome de Guillain-Barré, entre dez e 42 dias após o fim da doença:
— Caso os pais observem a criança com dificuldade de engatinhar ou andar, devem procurar um médico imediatamente.
Desde 23 outubro, quando a notificação de casos de zika tornou-se obrigatória na cidade do Rio, a Secretaria municipal de Saúde registrou 339 gestantes com os sintomas da doença. A prefeitura também investiga 32 casos de bebês que nasceram com microcefalia em maternidades do Rio este ano, para descobrir se as mães contraíram zika. Até o último domingo, a cidade tinha 930 casos notificados da doença.

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