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Rio tem vítima de síndrome rara ligada ao zika

Aedes aegypt, o mosquito transmissor da dengue, também hospeda o Zika vírus
Aedes aegypt, o mosquito transmissor da dengue, também hospeda o Zika vírus Foto: Custódio Coimbra
Marcio Menasce - O Globo

RIO — A Secretaria estadual de Saúde confirmou na quinta-feira o caso de um paciente com a síndrome de Guillain-Barré que teve o vírus zika. Essa relação entre o vírus e a doença, que causa paralisia muscular e pode levar à morte, já foi confirmada pelo Ministério da Saúde. Desde junho, a notificação de Guillain-Barré é obrigatória no Estado do Rio.
Nesse período, um outro paciente com a enfermidade também apresentou manchas vermelhas na pele, sintoma do zika. De acordo com a secretaria, no entanto, exames descartaram a presença do vírus.
O órgão destacou que, mesmo no caso do paciente que confirmadamente contraiu o zika, não é possível afirmar que ele tenha causado a doença.
— A síndrome de Guillain-Barré é uma doença que pode ser desencadeada por uma série de infecções. Acreditamos que, entre elas, esteja a causada pelo zika. Esse paciente teve o vírus, mas pode ter desenvolvido a síndrome por outra infecção — afirma o subsecretário estadual de Vigilância em Saúde, Alexandre Chieppe.
A secretaria não informou a região do estado em que foram registrados os casos de vítimas da síndrome. De acordo com o subsecretário, os dois pacientes já receberam alta hospitalar. Chieppe afirmou que eles estão totalmente recuperados da doença.
Anteontem, o Ministério da Saúde confirmou a associação entre a síndrome e o vírus, que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Até então, a pasta vinha afirmando que estava estudando se o aumento dos casos registrados, principalmente no Nordeste do Brasil, poderia estar relacionado ao zika. De acordo com o órgão, estudos continuam sendo realizados para se entender como essa relação entre o vírus e a síndrome ocorre e se há outros fatores envolvidos.
DOENÇA PODE LEVAR À MORTE
A Guillain-Barré, considerada uma doença rara segundo o ministério, pode apresentar diferentes graus de agressividade, provocando leve fraqueza muscular em alguns pacientes ou casos de paralisia total dos quatro membros.
Os sintomas da Guillain-Barré começam pelas pernas, podendo se irradiar para o tronco, os braços e a face. O principal risco da síndrome é a paralisação dos músculos respiratórios, que pode levar à morte, caso não sejam adotadas as medidas necessárias.
No ano passado, em todo o Brasil, foram registrados 65.884 procedimentos ambulatoriais e hospitalares (incluindo internações) na rede conveniada ao SUS para tratar a síndrome. O número não corresponde ao total de pacientes atendidos, pois uma pessoa pode receber mais de um atendimento.

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