Táxi encontrado na casa de Cunha não deveria circular, segundo prefeitura
O Touareg branco encontrado por agentes da Polícia Federal na casa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB), na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, não poderia estar
circulando nas ruas. Motivo? De acordo com a Prefeitura de Nilópolis, o
carro está irregular e não poderia rodar antes de trocar o status (de
táxi para carro de uso particular) no órgão municipal. A assessoria de
Cunha havia informado que ele “eventualmente” aluga o veículo para
prestar serviços gerais.
O veículo recebeu uma licença
para atuar como táxi em Nilópolis, em 2013. No ano seguinte, o dono do
carro, Altair Alves Pinto, não fez a vistoria obrigatória, e, em 2015,
teve a autorização suspensa, como mostra o Diário Oficial do município
de 24 de fevereiro.
Altair é apontado por Fernando Baiano como o responsável por receber propina das mãos dele e entregar a Cunha.
Ainda
de acordo com a Prefeitura de Nilópolis, o carro era zero quilômetro
quando foi registrado, em 2013. Hoje, um veículo assim está na faixa de
R$ 248 mil. Os taxistas que suam a camisa nas ruas da cidade garantem
nunca ter visto o “colega-ostentação” em ação.
— Táxis do tamanho
de um Touareg não conseguem isenção fiscal, então ninguém tem — afirma
Fábio Azeredo, de 40 anos, que trabalha há nove na Praça Paulo de
Frontin, no Centro do município.
A prefeitura informou que o
percentual dos descontos do Imposto Sobre Produto Industrializado e do
Imposto sobre a Circulação de Mercadoria e Serviços para a compra do
carro zero destinado ao serviço de táxi varia segundo o modelo do
veículo.
Outro taxista, que preferiu não se identificar, disse que
já foi prática comum no município conceder autorização de táxi para
políticos.
Levantamento do EXTRA mostrou que o carro possui 32
multas. Nenhuma delas em Nilópolis. Segundo o Detran, não foi feita
vistoria no carro este ano.
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