Novo rito de impeachment definido pelo STF é comemorado no Palácio do Planalto
por Vera Rosa, colaboraram Isadora Peron e Carla Araújo | Estadão Conteúdo
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
O novo rito de impeachment definido nesta quinta-feira pelo Supremo
Tribunal Federal foi comemorado no Palácio do Planalto e recebido como
uma derrota do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na
avaliação de ministros que compõem a coordenação política, a presidente
Dilma Rousseff tem agora mais chances de se salvar, mesmo se a abertura
do processo for autorizada pela Câmara. O governo tem maioria no Senado,
presidido por Renan Calheiros (PMDB-AL), e está em guerra com Cunha. A
esperança do Planalto, agora, é que o Supremo aceite o pedido do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para afastar Cunha,
acusado de manter contas secretas na Suíça com dinheiro desviado da
Petrobrás. Logo após o veredicto do Supremo, o ministro da Casa Civil,
Jaques Wagner, telefonou para Dilma, que estava voltando da viagem do
Rio para Brasília. "Ela está segura de que vai vencer essa batalha",
disse o ministro. "Considero que o Supremo cumpriu a nobre função de
moderador da República. Creio que a Côrte deu a grandeza necessária a um
rito processual da relevância do impedimento no regime
presidencialista." A decisão do Supremo de ordenar o voto aberto na
Comissão Especial da Câmara, encarregada de analisar o impeachment,
também foi considerada uma reviravolta muito importante pelo Planalto. A
comissão montada com a benção de Cunha, no último dia 8, era
majoritariamente contra Dilma. "O trem entrou nos trilhos", afirmou o
ministro-chefe da Advocacia Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams. "E
os trilhos são retos, não tortos."
Nenhum comentário