Aumento do mínimo ‘não vai ser positivo’ para prefeituras, diz presidente da UPB
por Bruno Luiz
Foto: Bruna Castelo Branco / Bahia Notícias
A presidente Dilma Rousseff assinou nesta terça-feira (29) o decreto que fixa o salário mínimo de 2016 em R$ 880,00 .
Entretanto, o reajuste de 11,6% - o valor atual é de R$ 788,00 – preocupa
as prefeituras baianas, que têm sentido na pele os efeitos da crise
econômica que atinge o país. O cenário nos municípios, que já é de baixa
arrecadação e demissões pode se agravar ainda mais com o aumento do
salário mínimo, caso a expectativa de receita não siga lado a lado com o
reajuste. Esta é avaliação da presidente da União dos Municípios da
Bahia (UPB), Maria Quitéria. Para ela, a repercussão da alta no salário
mínimo nos cofres municipais “não vai ser positiva”. Também prefeita de
Cardeal da Silva, a presidente da UPB projeta um cenário sombrio para o
ano que vem. “A gente já está numa situação difícil. A tendência é
reduzir um pouco mais o quadro de funcionários. A situação é
preocupante. Não sei como a gente vai arcar com esses aumentos que são
lei”, afirmou em entrevista nesta terça ao Bahia Notícias. Ainda segundo
ela, com a crise na arrecadação, o ano de 2016 “não vai ter
contratação”. Na avaliação da presidente da UPB, os problemas econômicos
não só afetam os municípios, mas têm impacto negativo direto na
avaliação popular dos prefeitos e em suas tentativas de emplacar
reeleição ou eleger sucessores nas eleições municipais. “Por ser ano de
eleição, isso pode influenciar na aprovação dos prefeitos. Isso tá
influenciando diretamente na situação política dos prefeitos”, avaliou.
Com prefeitos vivendo uma onda na rejeição de contas pelo Tribunal de
Contas dos Municípios (TCM) (veja mais aqui),
Maria Quitéria culpa a situação também pela baixa arrecadação, já que,
segundo ela, mesmo com cortes de pessoal e em adendos na folha de
pagamento, os gestores não conseguiram reconduzir as despesas com
pessoal ao teto de 54%, previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal. A
violação deste limite foi a principal causa da rejeição das contas de
2014 de inúmeras prefeituras baianas. “Ninguém aumentou o número de
funcionários nas prefeituras, não se conseguiu atingir o índice de
pessoal porque a receita caiu muito, por falta de repasses do governo
federal. O TCM tem tido sensibilidade quanto a isso. Muitos prefeitos
cortaram horas extras, gratificações, cortaram tudo, mas não conseguiram
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