Gravação de conversa entre Lula e Dilma foi feita após Moro mandar parar grampo
SÃO
PAULO (Reuters) - A gravação de uma conversa entre a presidente Dilma
Rousseff e o ministro da Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva, foi
feita pela Polícia Federal após o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal
do Paraná, determinar que a Polícia Federal parasse de interceptar as
conversas telefônicas do ex-presidente.
Em nota, a PF
disse que a interrupção de interceptações telefônicas é realizada pelas
empresas de telefonia móvel e que comunicou a companhia "imediatamente"
após receber notificação do juiz, mas que até o cumprimento da decisão
foram interceptadas algumas ligações.
No áudio, Dilma diz a
Lula que enviará a ele um emissário que lhe entregará o termo de posse
dele como ministro da Casa Civil para que ele o usasse "em caso de
necessidade". Lula é investigado pela operação Lava Jato e, com sua ida
ao ministério, anunciada nesta quarta-feira, fica fora do alcance de
Moro e passa a ter foro privilegiado junto ao Supremo Tribunal Federal.
Às
11h13 desta quarta foi incluído no processo de quebra de sigilo
telefônico a decisão de Moro para que a Polícia Federal interrompesse as
interceptações telefônicas do ex-presidente.Na decisão, Moro
argumenta não ver mais razão para a continuidade das interceptações e
determina o fim delas, mandando, ainda, que a PF seja comunicada "com
urgência, inclusive por telefone".Também em documento anexado ao
processo, a equipe de análise da Lava Jato na Polícia Federal informa
que a interceptação da conversa entre Lula e Dilma foi feita às 13h32
desta quarta-feira, portanto após a determinação de Moro para que as
interceptações tivessem fim.
A divulgação do áudio da conversa
entre Lula e a presidente agravou ainda mais a já frágil situação do
governo Dilma, que enfrenta um pedido de abertura de processo de
impeachment, pedidos de cassação de sua chapa no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) e protestos nas ruas por sua renúncia.
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