Lula não convence PMDB a rever saída da base governista
por Adriano Ceolin e Vera Rosa | Estadão Conteúdo
Apesar dos apelos do Palácio do Planalto, de Lula e da ala
governista do PMDB, o diretório nacional do partido vai se reunir no dia
29 de março para definir a data-limite do desembarque do governo. Os
sete peemedebistas que compõe o ministério da presidente Dilma Rousseff
deverão entregar seus cargos até o dia 12 de abril. Lula envolveu-se nas
discussões e trabalhou para adiar a reunião do diretório. No entanto,
conseguiu apenas convencer o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), a dar uma declaração pública de que sigla agrava a crise se
sair do governo. "O PMDB não pode dar o gatilho do impeachment", disse
Renan. O presidente do Senado falou com os jornalistas minutos depois de
encontrar-se com Lula na casa do ex-presidente e ex-senador José Sarney
(PMDB-AP). A conversa entre os três durou duas horas. Renan se negou a
dar detalhes, mas a reportagem apurou que o objetivo de Lula era buscar o
adiamento da reunião do diretório do dia 29 de março para o dia 12 de
abril. No começo da noite, um grupo de mais de 20 deputados pressionou o
vice-presidente Michel Temer - que é também presidente nacional do
partido - a não aceitar a mudança. Apesar da tentativa de ajudar Dilma e
Lula, Renan nega qualquer desentendimento com Temer, que é o principal
beneficiário em caso de impeachment da presidente. Nos bastidores, o
próprio vice tem defendido que não é o momento de "pular etapas". Ele
não quer ser tachado como "golpista" e, por isso, tem evitado conversas
mais explícitas sobre as articulações em favor do afastamento de Dilma.
Temer, porém, negou-se a participar da reunião de coordenação de governo
realizada anteontem. Mesmo com algumas divergências, a avaliação geral
das duas alas do PMDB é de que hoje o impeachment de Dilma é inevitável.
Aliado de Renan, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE),
afirma que se o governo não conseguir 171 votos na Câmara para barrar o
impeachment, o Senado não conseguirá reverter essa decisão - o
afastamento da presidente precisa ser aprovado nas duas Casas. "Se
aprovar na Câmara, dificulta muito no Senado", disse. "Eu tenho de
respeitar a vontade da bancada", completou. Como o jornal O Estado de S. Paulo
informou na sua edição de domingo, Renan compartilha da mesma opinião.
Publicamente, no entanto, o presidente do Senado quer demonstrar
"imparcialidade" e "caráter institucional". Na terça-feira (22) ao falar
sobre o impeachment, chegou a dizer que "o crime de responsabilidade"
da presidente precisa ser configurado. "O que a história dirá se
votarmos um impeachment sem crime?", questionou. Mesmo antes do apelo de
Lula para que o PMDB "dê tempo ao tempo" e não tome agora a decisão de
sair do governo, ministros do partido conversaram ontem com Temer, que
comanda o partido, numa tentativa de traçar uma estratégia conjunta. Dos
sete ministros do PMDB, pelo menos três não estão convencidos de que
devem entregar seus cargos. A interlocutores, o recém-empossado ministro
da Aviação Civil, Mauro Lopes, confidenciou: "Se o PMDB deixar o
governo, a decisão sobre continuar no cargo é minha". No comando da
Secretaria dos Portos, Helder Barbalho, por sua vez, deve usar o leilão
do dia 31 como argumento para permanecer no ministério ao menos até lá. A
ministra da Agricultura, Kátia Abreu, é amiga de Dilma. Há quem aposte
até numa desfiliação sua do PMDB para permanecer ao lado da presidente,
caso o partido decida pelo divórcio. (Colaboraram Daniel Carvalho,
Ricardo Brito,Eduardo Rodrigues e Erich Decat). As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.
Foto: Reprodução / PRF-BA
A partir da meia noite desta quarta-feira (23) – zero desta
quinta-feira (24) – até meia noite de domingo (27), a Polícia Rodoviária
Federal (PRF) inicia a Operação Semana Santa 2016. Durante o feriado, é
estimado um aumento de 40% no fluxo de veículos nos dias de maior
movimente, na sexta e no domingo, especialmente nos deslocamentos
próximos aos grandes centros e para os locais turísticos. Segundo a PRF,
o foco será na fiscalização nas condutas responsáveis por elevados
índices de acidentes com vítimas, como embriaguez ao volante, excesso de
velocidade, ultrapassagens proibidas, uso do cinto de segurança,
transporte clandestinos, entre outros. O não uso do capacete pelos
motociclistas também será fiscalizado. Acidentes desse tipo representam
25% dos registros, segundo estudos do Ministério da Saúde. A PRF ainda
informa que após as mudanças na Lei Seca não existe mais tolerância para
a quantidade de álcool no organismo de quem dirige. Qualquer traço de
álcool no corpo é suficiente para o motorista pagar uma multa de R$
1.915,40, ter a carteira suspensa e ser impedido de seguir viagem.
Foto: Reprodução RTBF/Interpol
A rede de televisão estatal belga RTBF divulgou nesta quarta-feira
(23) a imagem de dois irmãos suspeitos de participar do ataque
terrorista no aeroporto de Zavantem, em Bruxelas, nesta terça (22).
Identificados como Khalid e Ibrahim El Bakraoui, eles já têm passagem
pela polícia, mas não por crimes ligados ao terrorismo e não levantavam
suspeita de relação com extremismo religioso. O terceiro suspeito de
participar dos ataques no aeroporto é Najim Laachraui, de 24 anos, que
também está desaparecido e é procurado em diferentes operações
sigilosas. Suspeitas indicam que Khalid alugou um apartamento em
Bruxelas com uma identidade falsa. Na semana passada, o imóvel foi
revistado e foram encontrados um rifle, uma bandeira do Estado Islâmico
(EI). A polícia também identificou impressões digitais de Salah
Abdeslam, suspeito de participar do atentado em Paris em novembro do ano
passado e que foi preso na última sexta-feira (18). Os ataques na
capital belga atingiram o aeroporto de Zaventem e a estação de metrô de
Maalbeek. A imprensa local estima que 34 pessoas morreram e mais de 200
ficaram feridas em decorrência das explosões. O grupo extremista Estado
Islâmico reivindicou a autoria do atentado
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