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Dilma tem impopularidade recorde e 66% defendem processo de impeachment, diz Datafolha




SÃO PAULO (Reuters) - A impopularidade da presidente Dilma Rousseff é recorde entre todos os presidentes avaliados pelo Datafolha desde 1990 e dois terços da população acreditam que o Congresso deveria abrir um processo de impeachment contra a petista, mostrou pesquisa do instituto publicada nesta quinta-feira.
Apenas 8 por cento dos entrevistados avaliam o governo Dilma como ótimo ou bom, ante 10 por cento em junho, enquanto 71 por cento acham a administração ruim ou péssima (ante 65 por cento). Para 20 por cento, o governo é regular, 4 pontos percentuais a menos do que no levantamento anterior.
Para 66 por cento, o Congresso deveria abrir um processo de impeachment de Dilma, ante os 63 por cento registrados em abril, quando a questão tinha sido levantada pela última vez pelo Datafolha. Para 38 por cento, Dilma será de fato afastada da Presidência, contra 29 por cento em abril.
Os números publicado pelo jornal Folha de S.Paulo vêm num momento de aprofundamento das crises econômica e política.
De um lado, o desemprego e a inflação estão em alta num quadro de atividade econômica fraca. De outro, avança a operação Lava Jato, que investiga corrupção na Petrobras, levando à prisão o ex-ministro José Dirceu. Além disso, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) rompeu com o governo.
A impopularidade de Dilma é generalizada, mas o pico dos que veem o governo como ruim ou péssimo está na região Centro-Oeste, com 77 por cento, e na faixa de renda acima dos 10 salários mínimos, com 75 por cento.
Já o melhor desempenho de Dilma está na região Nordeste, mesmo assim com apenas 10 por cento apontando o governo como ótimo ou bom, e entre os que ganham até 2 salários mínimos, também 10 por cento.
O resultado é pior do que a avaliação do ex-presidente Fernando Collor de Mello às vésperas de seu impeachment, quando ele tinha 9 por cento de ótimo/bom e 68 por cento de ruim/péssimo.
As pesquisas Datafolha no governo Sarney (1985-1990) eram realizadas apenas em dez capitais, e por isso não são comparáveis, segundo o instituto. Sarney registrou 68 por cento de reprovação em seu pior momento.
O Datafolha ouviu 3.358 pessoas, entre terça e quarta-feira, em 201 municípios. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.

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