Cunha: Delação nos olhos dos outros é pimenta; nos olhos do PT, é refresco
por Julia Lindner e Igor Gadelha | Estadão Conteúdo
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse
nesta quinta-feira (3) que "delação nos olhos dos outros é pimenta, nos
olhos do PT é refresco", fazendo referência à notícia de que o ex-líder
do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), teria feito acusações
contra a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva em acordo de delação premiada (leia aqui). "Acho
graça da posição do PT. Eu gostaria muito de assistir ao discurso do PT
depois dessa nova delação. Hoje, eles usam como argumento de defesa
aquilo que ontem usaram como ataque contra mim. O PT só é coerente para
se defender, já para atacar os outros, aquilo que eles usam para se
defender não vale. Então é muito engraçado assistir a isso. Eu fico numa
posição privilegiada (no plenário)", afirmou o presidente da
Câmara. Cunha disse que identificou "fatos de natureza grave" no
depoimento de Delcídio, mas ponderou dizendo que as informações ainda
precisam ser confirmadas. Ele afirmou que não fará "juízo de valor" das
informações antes de ler a reportagem completa da revista IstoÉ, que
trouxe detalhes do acordo de delação premiada em edição antecipada nesta
quinta. Segundo a revista, Delcídio teria acusado Dilma de atuar três
vezes para interferir na Operação Lava Jato por meio do Judiciário. "É
indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, e da própria presidente Dilma Rousseff no
sentido de promover a soltura de réus presos na operação", teria
afirmado Delcídio na delação.
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