Definida data do julgamento final do impeachment de Dilma
BRASÍLIA
— O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski,
já acertou com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que
terá inicio dia 29 de agosto e término em 02 de setembro a data do
julgamento final da presidente afastada Dilma Rousseff. Com o término
previsto para 02 de setembro, se Dilma for definitivamente afastada,
Temer pode viajar tranquilo para a reunião do G-20, na China, a partir
de 06 de setembro.
Pelas regras de um processo de impeachment,
Lewandowski é o presidente do processo a partir da segunda fase, ou
seja, a partir do momento em que a presidente é afastada. Segundo
assessores do STF, o cronograma foi pactuado entre o presidente da Corte
e o Senado. A expectativa é que o julgamento dure pelo menos cinco
dias, até dia 2 de setembro.
O Palácio do Planalto considera
fundamental a conclusão do impeachment antes do dia 6 de setembro,
quando haverá o encontro do G-20. O presidente interino, Michel Temer,
quer viajar tranquilo e já como presidente efetivo. O presidente do STF
também tem todo o interesse em concluir o cronograma dentro dos prazos
legais, até porque seu mandato à frente da Corte acaba no dia 10 de
setembro. Desde o ínício, o único consenso entre aliados de Dilma e os
defensores do impeachment é que o processo seja concluído na gestão de
Lewandowski. A ministra Cármen Lúcia deve tomar posse como nova
presidente do STF no dia 14 de setembro.
Assessores de Lewandowski
ressaltam que o ministro tem cobrado o estrito cumprimento do
cronograma legal e que não há qualquer tratativa para atrasar o
processo.
Como presidente do processo de impeachment, Lewandowski
será o presidente das sessões do Senado nessas fases finais. Na prática,
há três grandes votações no Senado: a aprovação da abertura do
processo, que ocorreu no dia 12 de maio; o juízo de pronúncia, que é
quando o Senado dirá que há elementos para o julgamento; e o julgamento
definitivo da presidente afastada. Lewandowski presidirá as sessões do
juízo de pronúncia e o julgamento final. Tanto que já há negociações
entre defesa e acusação para que seja reduzido o número de testemunhas
no julgamento final, de dez para cada lado.
A votação do chamado
juízo de pronúncia também já foi acertada: no próximo dia 9 de agosto.
Na próxima terça-feira (02), o processo de impeachment entra numa fase
decisiva. Neste dia, o relator do processo de impeachment na comissão
especial, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), vai ler seu relatório
final, ou seja, o chamado juízo de pronúncia. No dia 04 de agosto, o
parecer de Anastasia será votado na comissão.
No dia 9 de agosto, o
Senado então votará o parecer de Anastasia, que deverá reafirmar que há
elementos para o julgamento de Dilma. Segundo o acerto, Renan abrirá a
sessão às 9h e passará os trabalhos ao ministro Lewandowski, que
explicará as regras da votação. A expectativa é a sessão dure de 15
horas a 20 horas, como a que ocorreu em maio. O parecer, mais uma vez,
precisa ser aprovado por maioria simples, ou seja, pelo menos 41 dos 81
senadores.
Ao final da sessão de pronúncia, Lewandoswski faz a
intimação para que a acusação apresente em 48 horas o libelo acusatório e
para que a defesa, 48 horas depois, apresente sua contradita.
O
dia 29 será o julgamento final de Dilma, que está afastada desde o dia
12 de maio. Pela legislação, ela pode ficará afastada até 180 dias. O
impeachment tem que ser aprovado por 2/3 dos senadores, ou seja, por
pelo menos 54 dos 81 parlamentares.
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