Estudo conclui que guaraná tem maior potencial antioxidante do que chá verde
Foto: Shutterstock
O chá verde é bastante consumido devido à ação antioxidante e
anti-inflamatórias das catequinas, composto químico presente em sua
formulação. No entanto, pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo (USP) descobriram um concorrente à altura para
a bebida, com pelo menos dez vezes mais catequinas: o guaraná. "Até
então, o guaraná era visto apenas como estimulante devido ao seu alto
teor de cafeína, principalmente pela comunidade científica
internacional. No Brasil, também observamos que havia uma escassez de
trabalhos enfocando outros efeitos biológicos do guaraná. A avaliação
pioneira sobre a absorção e os efeitos biológicos de suas catequinas em
voluntários humanos pode aumentar o interesse da comunidade científica,
do mercado e da sociedade em geral pelo fruto como alimento funcional",
afirmou a coordenadora da pesquisa, Lina Yonekura, à Agência Fapesp.
Durante um mês, foram realizadas duas etapas de testes. Inicialmente
para medir os parâmetros de referência dos efeitos do guaraná em
voluntários saudáveis, mas com sobrepeso e risco cardiovascular
ligeiramente elevado, os indivíduos foram submetidos a exames clínicos
após 15 dias de dieta controlada. Nos 15 dias seguintes, passaram a
consumir 3 g de guaraná em pó suspenso em 300 ml de água todas as
manhãs, em jejum. De acordo com a pesquisadora, as catequinas do guaraná
melhoraram o sistema de defesa antioxidante enzimático natural das
células, composto principalmente pelas enzimas glutationa peroxidase,
catalase e superóxido dismutase. Juntas, elas transformam superóxido em
peróxido e, finalmente, em água, protegendo assim as células de danos
oxidativos causados pelo próprio metabolismo e por fatores externos. "Os
resultados são animadores e mostram que a biodisponibilidade das
catequinas do guaraná é igual ou superior às do chá verde, cacau e
chocolate, sendo suficiente para promover efeitos positivos sobre a
atividade antioxidante no plasma, proteger o DNA dos eritrócitos e
reduzir a oxidação dos lipídeos no plasma, além de promover um aumento
da atividade de enzimas antioxidantes. Com a pesquisa, esperamos que
haja um maior interesse científico pelo guaraná, já que essa é uma
espécie nativa da Amazônia e o Brasil é praticamente o único país a
produzi-lo em escala comercial".
Nenhum comentário