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Para entregar 19 edifícios que apresentam problemas na Vila Olímpica, 630 operários trabalham até de madrugada

Operários fazem fila do lado de fora da Vila Olímpica
Operários fazem fila do lado de fora da Vila Olímpica Foto: Daniel Marenco / O Globo


Rafael Soares

Em meio a reclamações de atletas de vários países do mundo e da recusa da delegação australiana em se hospedar na Vila Olímpica — a chefe da delegação chegou a chamar o local de “inabitável” —, 630 homens vão trabalhar 24 horas por dia para garantir que os problemas sejam resolvidos até quarta-feira. São equipes de limpeza e bombeiros hidráulicos contratados pelo Comitê Rio-2016 para pequenas obras em apartamentos que apresentaram problemas de encanamento e na rede elétrica. Dos 31 edifícios construídos pelo consórcio Odebrecht/Carvalho Hosken, 19 ainda receberão a visita da tropa dos reparos.
— Nossa carga horária é de 12 horas. Só no prédio da Austrália, serão 50 pessoas trabalhando para entregar o prédio nets quarta-feira — afirmou um funcionário da empresa Qualieng, que presta o serviço.
Até o Time Brasil foi afetado pelas más condições dos edifícios. Segundo Marcus Vinícius Freire, diretor executivo do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), atletas que já habitam a vila precisaram ser remanejados: quem recebeu quartos com problemas foi levado para outros dormitório, enquanto o pente fino é realizado.
Delegações compram produtos de limpeza
Delegações compram produtos de limpeza Foto: Daniel Marenco / O Globo
— A solução é virar a madrugada com obra e limpeza — disse Marcus Vinícius.
Ontem, em entrevista ao EXTRA, atletas de Austrália, Quênia, Argentina e Holanda reclamaram das condições dos apartamentos. Um membro da delegação queniana chegou a deixar um recado no mural de recados da vila: “Consertem meu banheiro”.
Após a Austrália, ontem foi a vez de a Argentina reservar alojamentos fora da vila para parte da delegação.
— Os apartamentos, apesar de terminados por fora e parecerem terminados por dentro, quando são testados, evidenciam alguns problemas afirmou o presidente do Comitê Olímpico Argentino, Gerardo Werthein.
Austrália muda o tom: ‘Progresso’
Um dia depois de dizer que a Vila Olímpica estava “inabitável”, Kitty Chiller, chefe da delegação australiana mudou o tom e, em entrevista coletiva, ressaltou a velocidade dos reparos que estão sendo feitos no prédio onde a delegação se hospedará. Desde domingo, o comitê australiano está pagando hospedagens fora da vila para seus atletas. Até a tarde de ontem, somente três dos 15 andares que a delegação ocupará estão prontos.
— Foi um fantástico progresso hoje. Os trabalhos feitos foram muito bons. Fizeram um grande esforço, e estamos muito satisfeitos com isso — disse a dirigente.
Já o prefeito Eduardo Paes, que chegou a afirmar que colocaria cangurus na Vila Olímpica para deixar os australianos mais à vontade, disse ontem que os australianos estavam “corretíssimos” em reclamar.
— Está corretíssimo, como eu disse ontem. Eu quis dizer que a gente tinha que ajustar isso — disse.

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