Dilma reúne ministros para discutir o processo de impeachment
BRASÍLIA
- A presidente Dilma Rousseff chegou cedo ao Palácio do Planalto, onde
iniciou por volta das 9h da manhã uma série de reuniões com seus
principais ministros políticos para discutir o impeachment, cujo pedido
será lido ainda nesta quinta-feira pelo presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ).
Dilma discute a estratégia do governo com os
ministros Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Jaques Wagner (Casa
Civil). Logo mais, os líderes aliados na Câmara e no Senado chegam
também ao Planalto para avaliar a situação. O encontro está marcado com
Berzoini, mas Dilma deve participar.
Para
enterrar o processo de impeachment no Plenário da Câmara, caso ele seja
aceito numa comissão especial que terá de ser criada, Dilma precisa de
pelo menos 171 votos.
Em pronunciamento ontem, a presidente disse
que recebeu com indignação a decisão de Cunha de acatar o pedido de
impeachment protocolado contra ela. Em referência indireta a Cunha,
Dilma afirmou que não tem conta no exterior e que não pesam contra ela
denúncias de práticas de atos ilícitos nem de desvio de dinheiro
público. Segundo ela, são inconsistentes e improcedentes as razões que
embasaram o pedido.
O pedido, feito pelos juristas Miguel Reale
Júnior, Hélio Bicudo, Janaína Paschoal e Flávio Costa, foi protocolado
por líderes da oposição em outubro. O documento baseia-se nas pedaladas
fiscais, que, segundo o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas
da União (TCU), se repetiram em 2015. Ao anunciar ontem sua decisão de
abrir o processo, Cunha descartou que a medida seja uma retaliação e
afirmou que a decisão é de "natureza técnica".
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