Modelos plus size dizem que assédio aumentou após dançarem com Anitta
Que
Anitta é poderosa, a gente sabe. Mas, além dela, outras oito mulheres
mostraram no palco do “Criança esperança”, no último fim de semana, o
que é empoderamento de verdade.
Dotadas de muitas curvas e
suingue, as mocinhas plus size que dançaram com a cantora chamaram
atenção pela sensualidade e atitude. E todas se acham maravilhosas!
Conversamos com cinco delas para saber o que mudou após a apresentação.
Milena Albuquerque, carioca, 18 anos
Com
1,75m de altura, Milena veste 48/50. Modelo plus size há um ano, desde
que foi eleita como Princesa Diva Plus Size 2015, a carioca foi
selecionada pela produção do programa para integrar o balé das fofinhas
poderosas de Anitta. “Sempre dancei desde pequena”, conta ela, que
garante nunca ter tido neuras com suas polegadas a mais. “Sempre me
aceitei do jeito que sou, ando de short, barriga de fora. Ser gordinha
para mim é tranquilo”, conta ela, que foi tietada por Susana Vieira:
“Ela veio falar comigo, me dar os parabéns”. Depois do programa ela está
administrando o ciúme do namorado. O assédio aumentou depois de dançar
de maiô: “Estou me sentindo maravilhosa!”
Gabi Coelho, carioca, 21 anos
Gabi
Coelho nunca pensou em ser modelo. Muito menos plus size. “Não conhecia
nada desse mundo, jamais imaginei ser uma modelo goda, eu queria
emagrecer”, conta ela, que por insistência da mãe acabou inscrita num
concurso em São Paulo. Não ganhei nada, mas passei a pesquisar mais este
universo e percebi o quanto era diverso e mostrava mulheres lindas e
que se amavam completamente”, descreve ela que tem 1,68m e veste 48/50:
“Já quis ser magra, mas hoje estou feliz, acho meu corpo bonito”. Não só
ela: “O assédio aumentou e muito. Se antes tinha uma ou outra
solicitação de amizade masculina no Facebook, depois do show são 4”.
Thais Carla, carioca, 24 anos
Thais
Carla é uma veterana da dança. Bailarina clássica e professora de jazz,
ela mantém com a irmã uma academia em Nova Iguaçu, na Baixada
Fluminense, onde dá aulas o dia todo. Com 1,69m e usando 54, ela é,
talvez, a plus size mais desencanada do grupo. “Até os 15 anos eu me
fechei. Depois, aos 16, percebi que a Thais não dependia de um corpo
para ser aceita. Passei a me amar e impor minha presença,
independentemente dos quilos que eu tenho”, diz ela. Dançar de maiô foi
problema? “Imagina, adoro me expor!”, afirma ela, casadíssima.
Carol Zacarias, cearense, 26 anos
Carol
Zacarias começou a dançar aos 6 anos. Fez balé clássico até os 15. “Saí
do balé para me tornar atleta de nado sincronizado”, conta ela, que
sempre teve um lado artístico forte. O fato de ser “cheinha” como a
chamavam, nunca a impediu de fazer o que queria. “Sempre me aceitei.
Levanto essa bandeira oficialmente desde 2011, mas sempre fui muito bem
comigo e com meu corpo. Meu manequim não diz absolutamente nada sobre
meu caráter”, dispara ela, que veste entre 48 e 50 e tem 1,68m. Esse
mulherão sabe o que é empoderamento feminino e dá seu recado: “Foi
libertador levar essa mensagem ao Brasil através do programa”.
Tainá Morango, carioca, 23 anos
Thainá
Morango já sofreu muito por não “se adequar” a uma estética
pré-estabelecida. “Eu dançava desde criança. Há três anos e meio fiquei
hospitalizada com uma grave infecção nos rins. Eu não comia. Não bebia
nem água porque a professora dizia que ‘só podia dançar quem tinha o
corpo que a titia queria’”. Ao ser hospitalizada e ser abandonada pela
tal professora tirana, Thainá achou que jamais dançaria novamente. “Não
me aceitava. Via as plus size se sentindo lindas e não conseguia o
mesmo”. Foram meses até vir a aceitação do manequim 46. Com 1,69m de
altura, hoje ela está no terceiro período da Faculdade de Dança e conta o
que o programa fez por sua autoestima: “Estou começando a me amar”. Com
a aparição na telinha, ela, que está solteira, se surpreendeu com o
número de cantadas que vem recebendo: “Até ex-namorado voltou a me
procurar”.
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