Quem costuma se queixar que aeroporto virou rodoviária e que o glamour da aviação ficou para trás não sabe o que é viajar de primeira classe.
Pois nem passa perto de muvuca quem chega ao aeroporto em limusines com motorista, faz check-in em sala de estar com sofazinho tomando champanhe e segue de carro de golfe ou até mesmo de Porsche até a porta do avião, escoltado pelos mais gentis concierges. Como diria o bordão do jornalista e socialite Athayde Patreze, é "simplesmente um luxo".
As regalias são para poucos, claro. A maior parte das companhias aéreas simplesmente eliminou a primeira classe a partir dos anos 1990, quando a executiva começou a ser configurada com assentos totalmente reclináveis.
Em algumas companhias europeias, a classe foi mantida apenas em determinadas rotas e aviões, como os superjatos Airbus A380 e Boeing 747-8. Mas as companhias aéreas árabes e asiáticas, que costumam operar voos de maior duração, se encarregaram de não deixar o glamour a bordo desaparecer - e foram muito além, incluindo novidades como chuveiro, chef a bordo e serviço de babás.
No A380 da Emirates, os 14 passageiros da primeira ficam em cabines privativas isoladas por uma porta de correr, com frigobar, armário e poltrona que faz massagem - tudo controlado por touch screen. O banheiro que serve apenas os passageiros da primeira é amplo, tem pia de mármore e até chuveiro.
Nada de comida insossa e requentada. O serviço, que pode ser solicitado a qualquer momento do voo, é preparado na hora por um chef, com apresentação e serviço de restaurante cinco estrelas.
Carta de vinho com rótulos de R$ 2 mil é o padrão. Assim como virou moda exibir nécessaire e pijama de grife. Nesse quesito, ninguém bate a Singapore Airlines, com sua nécessaire assinada pela marca italiana Salvatore Ferragamo e pijamas Givenchy.
Na Cathay Pacific, as aeromoças fazem a cama, que tem um colchão de verdade sobre a poltrona. A exclusividade está limitada a apenas seis assentos.
Na dúvida se deixa a poltrona na horizontal ou na vertical? Na Lufthansa, o passageiro ganha uma poltrona e uma cama (com cinto de segurança caso o desejo seja dormir até o último segundo). E, para aliviar o desconforto da pressurização, os passageiros da primeira são paparicados com um umidificador e purificador de ar exclusivos. Esse ar menos poluído, segundo a companhia, melhora o paladar e a qualidade do sono.
Na australiana Quantas, o ambiente lembra jatos executivos. Todos os assentos são cabines com porta e janela. No corredor, um sofá para quem estiver animado para fazer networking ou paquerar.
Na British Airways, dá para socializar de outro jeito: a empresa oferece na tela do entretenimento de bordo um chat que permite a duas pessoas de qualquer poltrona da classe bater papo.
Mas, em termos de extravagância, ninguém supera a companhia de Abu Dhabi, Etihad, que introduziu uma uber classe, a The Residence, um verdadeiro motel de luxo nas nuvens, com chuveiro exclusivo, café da manhã na cama e mordomo particular.
O bilhete custa a partir de R$ 155 mil (ida e volta) e vale para duas pessoas. Disponível apenas nos A380, o apartamento tem sala de estar com sofá de dois lugares, duas mesas de jantar e TV de 32 polegadas. O estofamento de couro é o mesmo dos bancos de uma Ferrari. No quarto, uma cama de casal queen size (1,98 x 1,58 m) e uma segunda TV, de 27 polegadas. Quer mais? Então vá de navio.
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