Em voos de luxo, primeira classe chega a custar US$150 mil
Eithad: pacote The Residence oferece um
apartamento para duas pessoas, com sala de televisão e dormitório, além
de mordomo particular, por US$ 43 mil
Mariana Barbosa, da Superinteressante
Quem costuma se queixar que aeroporto virou rodoviária e que o glamour da aviação ficou para trás não sabe o que é viajar de primeira classe.
Pois nem passa perto de muvuca quem chega ao aeroporto em limusines com
motorista, faz check-in em sala de estar com sofazinho tomando champanhe
e segue de carro de golfe ou até mesmo de Porsche até a porta do avião,
escoltado pelos mais gentis concierges. Como diria o bordão do
jornalista e socialite Athayde Patreze, é "simplesmente um luxo".
As regalias são para poucos, claro. A maior parte das companhias aéreas
simplesmente eliminou a primeira classe a partir dos anos 1990, quando a
executiva começou a ser configurada com assentos totalmente
reclináveis.
Em algumas companhias europeias, a classe foi mantida apenas em determinadas rotas e aviões, como os superjatos Airbus
A380 e Boeing 747-8. Mas as companhias aéreas árabes e asiáticas, que
costumam operar voos de maior duração, se encarregaram de não deixar o
glamour a bordo desaparecer - e foram muito além, incluindo novidades
como chuveiro, chef a bordo e serviço de babás.
No A380 da Emirates, os 14 passageiros da primeira ficam em cabines
privativas isoladas por uma porta de correr, com frigobar, armário e
poltrona que faz massagem - tudo controlado por touch screen. O banheiro
que serve apenas os passageiros da primeira é amplo, tem pia de mármore
e até chuveiro.
Nada de comida insossa e requentada. O serviço, que pode ser solicitado a
qualquer momento do voo, é preparado na hora por um chef, com
apresentação e serviço de restaurante cinco estrelas.
Carta de vinho com rótulos de R$ 2 mil é o padrão. Assim como virou moda
exibir nécessaire e pijama de grife. Nesse quesito, ninguém bate a
Singapore Airlines, com sua nécessaire assinada pela marca italiana
Salvatore Ferragamo e pijamas Givenchy.
Na Cathay Pacific, as aeromoças fazem a cama, que tem um colchão de
verdade sobre a poltrona. A exclusividade está limitada a apenas seis
assentos.
Na dúvida se deixa a poltrona na horizontal ou na vertical? Na
Lufthansa, o passageiro ganha uma poltrona e uma cama (com cinto de
segurança caso o desejo seja dormir até o último segundo). E, para
aliviar o desconforto da pressurização, os passageiros da primeira são
paparicados com um umidificador e purificador de ar exclusivos. Esse ar
menos poluído, segundo a companhia, melhora o paladar e a qualidade do
sono.
Na australiana Quantas, o ambiente lembra jatos executivos. Todos os
assentos são cabines com porta e janela. No corredor, um sofá para quem
estiver animado para fazer networking ou paquerar.
Na British Airways, dá para socializar de outro jeito: a empresa oferece
na tela do entretenimento de bordo um chat que permite a duas pessoas
de qualquer poltrona da classe bater papo.
Mas, em termos de extravagância, ninguém supera a companhia de Abu
Dhabi, Etihad, que introduziu uma uber classe, a The Residence, um
verdadeiro motel de luxo nas nuvens, com chuveiro exclusivo, café da
manhã na cama e mordomo particular.
O bilhete custa a partir de R$ 155 mil (ida e volta) e vale para duas
pessoas. Disponível apenas nos A380, o apartamento tem sala de estar com
sofá de dois lugares, duas mesas de jantar e TV de 32 polegadas. O
estofamento de couro é o mesmo dos bancos de uma Ferrari. No quarto, uma
cama de casal queen size (1,98 x 1,58 m) e uma segunda TV, de 27
polegadas. Quer mais? Então vá de navio.
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