Petistas dizem que Vaccari não fará delação e partido descarta acordo de leniência
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso há um ano e dois
meses em Curitiba, não deve fazer acordo de delação premiada com a
força-tarefa da Lava Jato. Petistas dizem que, para fechar o acordo, o
ex-tesoureiro teria que delatar o ex-presidente Lula, o que ele não vai
fazer. "Ele está pressionando o partido a aceitar uma coisa no meio do
caminho. O cara que é petista histórico, como ele, não faz delação",
disse um parlamentar do PT, em referência a uma proposta do
ex-tesoureiro. Vaccari tem sugerido ao PT acordo de leniência, uma
espécie de delação para pessoas jurídicas: empresas colaboram com as
investigações em troca de alívio nas punições administrativas, como a
proibição de fazer contratos com o poder público. Dirigentes petistas
disseram ao Globo que esta possibilidade está descartada, assim como uma
delação de Vaccari. "O PT teria que dizer que cometeu um crime, que fez
lavagem de dinheiro, caixa dois, e a Justiça estabeleceria uma multa,
mas isso não livra as pessoas físicas. Os executivos das empresas foram
todos condenados. Eles estão tendo redução de pena porque fizeram
delação", disse um dirigente do PT, lembrando que o partido não cometeu
crimes.
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