Estudante da UFRJ morto sofria ataques homofóbicos desde o ensino médio
Irmão
do estudante de Letras da UFRJ encontrado morto na tarde de sábado,
Maycon Vieira Machado, de 28 anos, disse que Diego Vieira Machado, de
30, sofria ataques homofóbicos desde a adolescência. No ensino médio,
ele teve o cabelo cortado por alunos da mesma turma. Titular da Divisão
de Homicídios, o delegado Fábio Cardoso trabalha com a hipótese de que o
crime foi motivado por homofobia.
— Meu irmão sempre foi uma
pessoa da paz, mas lutava contra a homofobia desde pequeno. Ele era
muito resolvido com a sua sexualidade. O sonho dele era ir morar no Rio
de Janeiro porque considerava que era um lugar melhor para os
homossexuais. Infelizmente, ele foi vítima dessa ignorância e desse ódio
— desabafa Maycon.
O irmão contou também que, no último dia 27,
Diego fez contato com uma tia pedindo ajuda financeira para que pudesse
se mudar do alojamento onde vivia. Segundo Maycon, o irmão tinha medo de
sofrer algum tipo de violência.
De acordo com o delegado, exames serão realizados para saber se o jovem foi abusado antes ou depois de ter sido morto.
Diego
foi encontrado morto às margens da Baía de Guanabara, na Ilha do
Fundão, na Zona Norte do Rio, com sinais de espancamento e sem calças.
Ele era natural de Belém do Pará (PA) e morava no alojamento da
universidade há pelo menos um ano, mas estava no Rio estudando desde
2012. O corpo dele deve ser levado para seu estado de origem para o
enterro. Ainda não há informações sobre o sepultamento. Ele cursava
Arquitetura e tentava transferência para Comunicação Social.
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